A minha vizinha tem 7 anos. É inteligente, meiga e delicada. Gosto muito desta menina de quem a minha filha também aprendeu a gostar. Durante a semana são várias as vezes em que a minha Xuxu pede para brincar com a sua amiguinha. "Não pode", digo eu. "Tem que fazer os trabalhos de casa", reitero.
Pois, esta menina que devia ainda brincar depois de um dia inteiro de aulas não tem tempo para se divertir em casa com os pais ou fora dela com as amigas porque... tem que fazer os TPC!
E assim se passa um dia, assim se passa uma semana. Ao sábado tem catequese e ao domingo pode, enfim, brincar!
Os TPC são abomináves! Impensáveis num sistema de ensino que mostrou não ser estático ao longo dos anos, sempre com tendência para melhorar mas que não conseguiu abolir os TPC!
Os avós não conseguem, na maioria dos casos, acompanhar esta função porque a forma de ensinar é completamente diferente da do seu tempo. Os pais estão a trabalhar. Surge, então, a solução: os centros de estudo. Mais umas horas a estudar até que chega a hora de jantar.
Além de diários, os TPC são, quase sempre, exagerados em quantidade. Então é preciso exigir a crianças (que ainda são isso mesmo) que, já cansadas de horas passadas na escola, ainda tenham que olhar para a matéria que deram e o que o cérebro ainda nem processou! Em horas que deveriam ser passadas com os pais ou a praticar qualquer atividade física ou lúdica. Isto é ou não sadismo? Porque não adotam TPC's apenas ao fim de semana?
As fontes de informação e conhecimento podem e devem ser apreendidas em todo o lado: em casa, na rua, na TV, na Internet, nos vizinhos, nos amigos, nos livros...
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