quarta-feira, 14 de março de 2012

Quem não entra lá mais sou eu!

Tinha que falar disto no meu blogue. A esposa de um amigo de uma amiga (dito assim parece uma história inventada, mas não é) almoçou com a mãe dela e o filho numa famosa confeitaria do Porto, na Rua Formosa. O que lá se passou vem resumido no talão e legenda que apresento a seguir:




"Se tiverem a gentileza de ver com algum detalhe o talão que aqui trago, contarei... de seguida uma real e triste anedota sobre o mesmo...
Do alto da sua preocupação e gentileza para com a sua filha, a minha sogra pegou na minha desempregada mulher e, para a animar, levou-a num passeio pela Baixa portuense com o nosso miúdo. Chegada a hora, eis que a família entra numa das mais prestigiadas e conhecidas confeitarias da belíssima zona da Invicta.
Como é óbvio, não comendo o mesmo que um adulto, o nosso miúdo de quase 3 anos come do prato dos pais... a mãe, com inocência, pede ao empregado um prato e uma colher para colocar em tal objecto de cerâmica um pedaço para tirar a fome do petiz.
Chega a conta... olha-se, discute-se sempre o preço das coisas mas este talão traz uma novidade que se estranha: «1 Prato adicional: 1,50€»! Como a minha sogra e a minha mulher ainda não endoideceram, perguntam quem consumiu tal prato adicional... a resposta: «Minha senhora, pois... corresponde ao prato que pediu para colocar um bocado do seu bacalhau para o menino»!
 ...
pois bem, eis então que 1,50€ é o preço do aluguer da cerâmica, taxa de utilização e limpeza...
Incerto sobre a legalidade da "coisa", tenho a certeza, porém, que este estabelecimento do comércio tradicional acaba de perder mais 4 fregueses!"


Ora, neste blogue posso dar a minha opinião sincera sobre esta situação ridícula e absurda. No Facebook algumas pessoas mostraram-se a favor (contavam-se pelos dedos de uma mão felizmente) alegando que, de facto, o prato não se lava sozinho e que o menino estava a ocupar o lugar de um adulto que podia consumir bem mais que ele!

Fiquei a pensar que isso era o mesmo que dizer que quem leva a sopa do bebé para o restaurante e a pede para aquecer (algo que faço sempre) devia pagar a energia e a mão de obra do serviço. Ou que se devia cobrar uma taxa a quem usa o WC. Já agora também podiam cobrar mais por uma torrada aparada que tanto trabalho dá a quem a faz, ou por um café cheio que utiliza mais água que o normal. Havia tanto por onde roubar!

Pedir um prato para pôr um pouco da nossa comida para uma criança que não come uma refeição completa é um gesto bem natural e compreensível. Tal como pedir para aquecer sopa de um bebé que, afinal de contas, também usa um prato e energia.

Em Portugal não se sabe cativar clientes. Só se pensa no lucro fácil. Por isso estamos como estamos. Neste mesmo Portugal, num restaurante bem conhecido, negaram fazer uma sopa para bebé (sem sal) a uma amiga minha que se esqueceu de levar a dela de casa. Quando a mesma esteve de férias num país estrangeiro, nunca levou sopa para o bebé pois estava num hotel, e em todos os restaurantes onde foi fizeram-lhe sopa no momento.

Uns querem e sabem ganhar clientes, outros gostam de os roubar! É o que é...

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