sexta-feira, 30 de março de 2012

O espaço é o coração


Uma das minhas vizinhas adotou uma menina. É ainda bebé e, pelo que dizem, é linda. A mãe, disseram-me, "anda radiante". Imagino! Eu tenho a minha menina e ando há tempos a pensar no que deve sentir a minha vizinha. Não é que me interesse muito pela vida das minhas vizinhas, mas confesso que sempre que a vir lá no prédio irei segurar a porta do elevador à sua espera. Porque sou mais feliz por viver num prédio onde alguém adota uma criança.

Fazer alguém feliz. Eu sinto diariamente essa sensação e sou também eu mais feliz porque esse alguém a quem eu faço feliz me faz a mim mais feliz também.

Cuidar de um ser que um dia nos chama “mãe” vale todas as noites em claro. Todas as preocupações e alegrias, todos os dias de chuva e de sol, todas as lágrimas e sorrisos, todas as tristezas e sonhos, toda a dedicação.

Consigo saber, bem do fundo do meu coração, que se tal como a minha vizinha, eu adotasse uma criança sentiria por ela o mesmo que sinto pela minha Xuxu. Para mim adotar é doar tempo e espaço. Para mim adotar é ser pai, é ser mãe. E para um pai e uma mãe o tempo é infinito e o espaço é o coração.


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